Professor do CTC/PUC-Rio lança aplicativo e site para analisar, gratuitamente, águas de poços da Região Serrana do RJ

 Moradores podem se cadastrar no aplicativo Poços da Serra ou no site pocosdaserra.com para receberem as instruções para coleta, envio e análise 100% gratuita da água  

  

O projeto "Poços da Serra", liderado pelo Laboratório de Águas (LabAguas), do Departamento de Química (DQ), do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), com apoio do CNPq e da Faperj, encontrou taxas de urânio 30 vezes mais altas do que o normal em amostras de água de poços artesianos profundos de municípios da Região Serrana do RJ, como São José do Vale do Rio Preto, Petrópolis, Teresópolis e Magé, entre outros. Segundo os resultados obtidos, apenas os poços profundos (maiores do que 80m) apresentam esse problema (poços mais rasos e minas d´água não). Para conscientizar a população da necessidade da avaliação da extensão da contaminação, o laboratório desenvolveu, em parceria com o Departamento de Informática do CTC/PUC-Rio, o aplicativo para Android "Poços da Serra" e o site www.pocosdaserra.com. Por meio deles, quem tiver poço(s) acima de 80m, pode se cadastrar e solicitar ao LabAguas análises grátis da água. O laboratório irá enviar, sem nenhum custo, o material necessário e todas as instruções para coleta da água e envio das amostras à PUC-Rio.  

Desde 2018, o LabAguas, coordenado pelo Prof. José Marcus Godoy, vem avaliando a radioatividade em águas subterrâneas dessa região e o estudo chegou a ser publicado Journal of the Brazilian Chemical Society (JBCS). A quantidade de urânio encontrada, foi de até 930 microgramas por litro d'água. O limite existente na legislação brasileira, que segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde, é de apenas 30 microgramas por litro d'água.  "A causa é geológica: o urânio, presente nas rochas, se dissolve na água e, por ser um metal pesado, pode causar problemas no fígado", revela Godoy.   

 

terça-feira, 1 de dezembro de 2020
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