Impacto do uso da lenha na saúde das pessoas será avaliado pelo Departamento de Química do CTC/PUC-Rio, em parceria com o Instituto Perene

Projeto "Fogão do Mar" irá distribuir 2.800 fogões a lenha, 100% ecoeficientes à população quilombola do Recôncavo Baiano  

Profª Adriana Gioda, do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio, é uma das colaboradoras do Instituto Perene, que está à frente do Projeto Fogão do Mar. Contemplado no edital do programa Petrobras Socioambiental, o projeto irá desenvolver e distribuir este ano a moradores quilombolas do Recôncavo Baiano (Baía de Iguape) 2.800 fogões a lenha, 100% ecoeficientesGioda irá monitorar a qualidade do ar na região e quer confirmar que a queima correta da lenha por meio do uso deste tipo de fogão protege as pessoas de doenças cardiovasculares (AVC), cardiopatia isquêmica (DPOC), câncer de pulmão e pneumonia. Com a disseminação da Covid-19, o estudo ficou ainda mais relevante, pois são doenças que aumentam as chances de óbito entre os infectados.  

A troca do fogão tradicional pelo fogão rústico vêm sendo uma saída para muitas famílias. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, 14 milhões de lares brasileiros já usavam o fogão a lenha. No entanto, segundo a professora, desde 2020, com a pandemia do coronavírus, o aumento do desemprego e do custo de vida levaram ao aumento de residências usando a lenha como forma de economia. "Muitas pessoas perderam renda e com isso voltaram a usar lenha. Sem contar que, em um ano, o preço do gás subiu 15 vezes, se tornando pouco acessível mesmo a quem recebeu auxílio emergencial. Além disso a cesta básica também aumentou, então famílias que têm a opção de usar lenha, o fazem como forma de economia," afirma a professora.  

Gioda reforça ainda que o uso de um fogão rústico inadequado tem impacto direto na saúde das pessoas. "Em determinados casos, a poluição dentro de casa ultrapassa limites de segurança e as emissões de combustão doméstica (monóxido de carbono, metano e partículas variadas, como a fuligem) contribuem diretamente para o aumento de doenças e da mortalidade", diz ela. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os últimos dados apontam mais de 4,3 milhões de mortes no mundo e cerca de 70 mil na América Latina e Caribe em função da poluição do ar no ambiente doméstico. A maioria das mortes é prematura – afetando principalmente mulheres e crianças – e decorrente de doenças cardíacas, AVC, doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer de pulmão. 

O programa Petrobras Socioambiental busca apoiar inciativas que desenvolvem atividades que contribuem para a transformação socioambiental de comunidades. Com isso, a estatal reforça e amplia seu compromisso com sustentabilidade e desenvolvimento social. O Relatório de Sustentabilidade 2020, em que o projeto Fogão do Mar é agraciado, está disponível em:

https://www.agenciapetrobras.com.br/upload/documentos/apresentacao_a25oHV2NTi.pdf 

quarta-feira, 31 de março de 2021
Carregando