Estudo na área de Química Forense trará avanços na análise química de projéteis, armas de fogo e digitais, com financiamento da Faperj

Departamento de Química do CTC/PUC-Rio fecha parceria com Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil/RJ, para avanços na análise química de projéteis, armas de fogo e digitais, com financiamento da Faperj   

 Marcação e caracterização de componentes de explosivos, pólvoras, munição e a revelação de impressões papilares dérmicas latentes estão entre as atividades que serão praticadas na parceria, que vai até 2027  

Melhorar a eficácia na avaliação da composição química de fragmentos de arma de fogo, munições e digitais para descobrir características que direcionem as autoridades para a arma utilizada no crime e para o autor do delito. Esta é a proposta do estudo “Novas estratégias forenses para munições, explosivos e papiloscopia”, do Departamento de Química (DQ) do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), que acaba de firmar um convênio de mútua-cooperação de cinco anos com o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE/Polícia Civil), publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Esse acordo se insere no projeto aprovado dentro do edital “Programa Apoio a Projetos de Inovação da Segurança Pública – Ciências Forenses 2021”, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).     

Liderado pelo Prof. José Marcus Godoy, o estudo vai contar também com a participação dos professores do DQ Ricardo Aucélio, Camilla Buarque e Jones Limberger, e será desenvolvido também em parceria com o Instituto Militar de Engenharia (IME). “Nosso estudo será focado em armamentos de grosso calibre, como fuzis, permitindo à polícia uma investigação que não existe hoje”, revela Godoy.    

A pesquisa será na área de Química Forense, voltada para a aplicação dos conhecimentos químicos na investigação de aspectos legais e judiciais, para analisar os avanços relacionados à marcação e caracterização de componentes de explosivos, pólvoras, munição e a revelação de impressões papilares dérmicas latentes. “Nossa proposta é desenvolver novas estratégias que permitam melhorar os resultados das perícias forenses”, revela Godoy. Com uma verba de R$ 300 mil para compra e manutenção de equipamentos de pequeno porte, além de material de consumo, o estudo terá duração de dois anos.    

“Mesmo que a Balística atual utilize técnicas consolidadas, uma evolução é bem-vinda visando melhor eficiência na produção de provas forenses. Em alguns casos, não é possível encontrar a arma de fogo, nem a munição ou partes dela de forma intacta, assim como impressões digitais em superfícies, restando fragmentos, inviabilizando os testes de comparação das arranhaduras. Por meio de técnicas químicas, vamos tentar ressaltar esses sinais, deixando-os mais visíveis”, argumenta Godoy.     

Além disso, por meio da análise dos elementos químicos presentes na liga de chumbo, utilizada na fabricação de projéteis, pretende-se diferenciar os lotes de um mesmo fabricante de projéteis. “Queremos avançar nas técnicas químicas e nos protocolos analíticos da área Criminalística para gerar resultados mais eficazes e que influenciem diretamente na promoção da justiça”, ressalta o professor.   

segunda-feira, 26 de setembro de 2022
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