CTC/PUC-Rio promove evento com foco em estudos voltados para a área da saúde

Mais de 40 inciativas dos diversos departamentos do CTC foram apresentadas durante o encontro online

 

Na primeira edição do evento, “Pesquisa e Inovação. Saúde - um olhar para dentro: buscando sinergia”, os departamentos do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) apresentaram diversas inciativas que vão ao encontro de soluções de problemas para área da saúde. O objetivo foi mostrar as diferentes atuações que podem contribuir para a sociedade, além de possibilitar novas parcerias entre os departamentos. Foram mais de 40 projetos apresentados pelos departamentos de Engenharia Industrial, Engenharia Química e de Materiais, Física, Informática e Química. O vídeo completo do encontro pode ser visto na Plataforma ECOA/PUC-Rio: https://ecoa.puc-rio.br/e/1283.

Conheça cada iniciativa:

Departamento de Engenharia Industrial (DEI): Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS)

Atualmente o grupo tem desenvolvido trabalhos de análises de tempo, duração na internação e risco de alta permanência em UTIs, por pacientes de Covid-19. Pesquisas sobre a eficiência de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), avaliação de uso dos antibióticos nas UTIs, modelo de otimização de recursos hospitalares desde a quantidade de pacientes à escala de médicos. Análise das diferentes plataformas de vacinação tanto no Brasil quanto no mundo. Além de avaliações sobre a influência política na mortalidade, nos casos de coronavírus.

Departamento de Engenharia Química e de Materiais (DEQM)

Duas linhas, principalmente, são direcionadas a atividades que podem gerar resultados para a área de saúde; são elas: “Síntese, Processamento e Caracterização de Materiais” e “Desempenho e Integridade dos Materiais”. Os projetos são tanto para a área odontológica quanto para a médica. 

Odontológica:

Na área odontológica, estudos principalmente a respeito de prótese e restauração, são desenvolvidos desde 2000, em parceria com dentistas.

O Prof. Marcos Venicius Pereira desenvolveu artigos a respeito do funcionamento mecânico de materiais para o tratamento dentário; foi orientador de um aluno de doutorado que estudou também na Universidade de Toronto, no Departamento de Ciências Clínicas da Universidade.  Além disso, desenvolveu um estudo sobre matérias que são biocompatíveis, como próteses e stents cardíacos, para avaliar o tempo de vida e previsão de possíveis falhas desses equipamentos.

O mais recente estudo na área odontológica do DEQM foi uma tese de doutorado, orientado pelo Prof. Francisco Moura, que trata sobre a síntese e caracterização da biofuncionalidade da hidroxiapatita, formadores de cálcio, para um material que possa preencher os ossos com essa hidroxiapatita de maneira sintética, para um melhor funcionamento. O trabalho propõe o reuso de cascas de ovos para a produção da hidroxiapatita, o que colabora com o meio ambiente.  O estudo contou com a colaboração da Universidade Estácio de Sá (UNESA), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e já rendeu também duas publicações de artigos. 

Médica:

A Profª Sonia Leitichevesky foi responsável pela produção de um estudo sobre membranas quitosana (polímero natural que tem ação antimicrobiana), com neomicina (antibiótico) e óleo de girassol. Os resultados foram para o uso veterinário, pois a substância tem propriedades curativas. O projeto foi realizado em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e virou um capítulo no livro A produção do Conhecimento nas Áreas de Saúde volume 5, em 2019.

O mais recente projeto da Profª Sonia Leitichevesky foi uma patente, de 2021, sobre esponjas biocompatíveis com o organismo humano e animal, que podem substituir o uso de algodão e gazes durante cirurgias. Esse estudo foi realizado em parceria com a UFRRJ e o Instituto Nacional de Tecnologia. A professora também já realizou os seguintes trabalhos: Produção de membranas curativas para o uso veterinário; Preparação de sistemas nanoestruturados para o aprimoramento da dissolução de fármacos e Podução de biomateriais aplicados para a regeneração tecidual

Departamento de Física (DF)

Laboratório de Optoeletrônica Orgânica e Molecular (LOEM), com a coordenação do Prof. Marco Cremona, está desenvolvendo um dispositivo para ser usado em terapia fotodinâmica e um fotodetector para implantes de retina.

A terapia fotodinâmica é um tratamento para lesões superficiais. É necessário que o fóton incidente (radiação eletromagnética) entre em contato com um medicamento fotossensível, remédios que sofrem alterações em contato com a luz, para que assim se inicie o processo de recuperação da célula. Os dispositivos transmissores de luz, chamados OLED, já são produzidos pelo LOEM. O ideal é que para o tratamento de ferimentos, sejam elaborados com flexibilidade, para funcionarem como um curativo adesivo.

O fotodetector orgânico, biocompatível para implantes de retina, funciona quando a retina, por alguma doença, em vez de ficar sensível a luz, começa a ser danificada. Com o agravamento do problema, as pessoas começam a perder a visão. A ideia é que seja implantado um dispositivo fotodetector, flexível, que tenha contato com uma molécula orgânica, para que essa molécula seja a conexão entre o dispositivo eletrônico e a parte biológica do olho. O estudo ainda está em fase inicial.

O NanoLaserLab está desenvolvendo uma pesquisa coordenada pelo Prof. Tommaso Del Rosso com nanomateriais que podem ser usados no tratamento das águas e que, recentemente, estão sendo pesquisados para o tratamento térmico do câncer. O estudo tem como princípio não causar impactos negativos ao meio ambiente. A ideia é que as nanopartículas se direcionem apenas para as células que precisam de tratamento, diferente do que é feito hoje.  O projeto conta com a parceria da Universidade de Florença, na Itália, e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). O laboratório se dedica também ao desenvolvimento de projetos para o meio ambiente.

Departamento de Informática (DI)

Dois laboratórios do departamento estão em atividade para a geração de resultados positivos para a área da saúde. São eles: Bioinformática e Banco de Dados (bioBD), e o Laboratório de Colaboração Avançada (LAC).

bioBD

O laboratório Bioinformática e Banco de Dados (bioBD) está desenvolvendo dois projetos em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) de experimentos sobre tratamentos de câncer.

A primeira pesquisa é direcionada para a área de descobertas de variações de genomas. A equipe de informática, coordenada pelo Prof. Sérgio Lifschitz, atua na parte de possibilitar e facilitar a programação e o armazenamento das pesquisas e informações geradas pelos médicos do INCA. O desafio desse projeto é reunir todos os dados e fazer com que as atividades sejam executadas de forma fácil e rápida, dentro dos programas, pelos médicos.

Já o segundo projeto é focado em entender que tipo de medicamento é mais adequado para o tratamento de câncer colorretal. Para esse trabalho, a bioBD tem o desafio de organizar os códigos de programação, sem que isso interfira no armazenamento das pesquisas. Além disso, é responsável por gerar uma sequência de informações de acordo com cada tipo de tratamento.

O objetivo final das duas atividades é possibilitar o acesso de diversos médicos e pesquisadores de dentro e de fora do INCA de maneira fácil e rápida aos estudos sobre o câncer.

LAC

Coordenado pelo Prof. Markus Endler, o LAC tem atualmente dois projetos para a área da saúde. Um deles é o projeto Allis, que tem como objetivo fazer a transcrição de falas. A ideia é que o Entendimento de Linguagem Natural (NLU), possa ser implantado em hospitais pois tem se feito necessário o registro durante os procedimentos médicos. O LAC entende que a tecnologia ainda é escassa para a língua portuguesa, e por isso, considera essencial que sejam implementadas as variações linguísticas de nichos, como é o caso da comunicação médica.

O projeto Sensor de Saúde Inteligente (SH-Sens) é uma plataforma que tem como proposta fazer um alerta precoce a respeito de mudanças relevantes na saúde de um paciente que se encontra em uma enfermaria ou até mesmo em casa. As informações são captadas por um dispositivo similar a um relógio e direcionadas à nuvem de armazenamento. Caso haja uma alteração no quadro do paciente, um alerta é enviado para os agentes de saúde. Considerando o cenário da pandemia da Covid-19, o SH-Sens é uma fonte de informação, pois com os dados coletados é possível fazer o monitoramento geográfico e de enfermidade das pessoas. A iniciativa está sendo financiada pelo Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) e conta com a parceria da Universidade de Waterloo, no Canadá.

Departamento de Química (DQ)

No programa de pós-graduação do DQ, coordenado pelo Prof. Jones Limberger, são desenvolvidas, principalmente, quatro linhas de pesquisas: “Fármacos e interações químico-biológicas”; “Nanociências, interfaces e coloides”; “Energia, meio ambiente e ciências do mar” e “Métodos analíticos e qualidade metrológica”.

1ª linha de pesquisa: fármacos e interações químico-biológicas: nessa linha de pesquisa, são desenvolvidos estudos de planejamento, síntese e avaliação das atividades biológicas de prováveis remédios. Ou seja, as possibilidades, os testes e reações desses fármacos.

Laboratório de Síntese Orgânica e Desenvolvimento de Metodologias Sintéticas (Labsint)

No Labsint, a equipe da pós do DQ investiga novas moléculas orgânicas bioativas para o desenvolvimento de novas moléculas anticâncer, antiparasitária, antileishmanial, antiviral e tratamento de fibrose cística. O laboratório tem parceria com o INCA, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade de Alicante, na Espanha, Universidade de Lisboa, Portugal e FIOCRUZ.

Laboratório de Síntese Orgânica e Química Fina (LaSOQF)

Seguindo a linha de novas moléculas orgânicas bioativas, o LaSOQF desenvolve novos derivados de tiazol para o tratamento de doenças de Chagas. Projetos de biosondas florescentes, que são utilizadas para detectar cromossômicos específico. Além de pesquisar sobre novos medicamentos para evitar o reaparecimento do câncer de mama.  O laboratório conta com a parceria da UFRJ, FIOCRUZ e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Laboratório de Síntese Orgânica e Química de Coordenação Aplicada a Sistemas Biológicos (LABSO-BIO)

São estudados possíveis tratamentos para o tratamento de Alzheimer e Parkison. Além de compostos de tratamentos de fármacos em combate ao câncer.

Parceria com Instituto Max Planck, Universidad Nacional de Rosário, na Argentina.

2ª linha de pesquisa: nanociências, interfaces e coloides: nessa linha de pesquisa são desenvolvidos novos materiais para tratamentos e diagnósticos, na área de saúde, a partir do uso de nanotecnologia.

Laboratório de Macromoléculas & Nanopartículas (M&N Lab)

Dois principais projetos estão em desenvolvimento no M&N Lab com o uso de coloides e nanopartículas.

A produção de uma plataforma para terapia e diagnósticos de câncer, dengue e Covid-19. Para essa iniciativa, o laboratório conta com a parceria da UFRJ, Universidade Federal Fluminense (UFF), FIOCRUZ e com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), em um edital de caráter emergencial. 

Em um segundo projeto, o laboratório desenvolve fórmulas de cosméticos como repelentes, protetores solares e produtos de limpeza doméstica, para a prevenção de doenças.  O estudo tem parceria com a Oxiteno, Universidade de Bath, no Reino Unido e é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Oxiteno.

Laboratório Central de análises Padre Leopoldo Hainberger (LCA)

Atendendo a um edital emergencial da Faperj, o laboratório iniciou um projeto para a produção de máscaras antivirais contra Covid-19. As máscaras serão feitas de um tecido hidrofóbico de algodão, produzido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ), capazes de inativar cargas virais. As máscaras de algodão serão revestidas com nanopartículas de óxido de zinco e grafeno (obtido a partir do grafite, um material de baixo custo e abundante no Brasil). A iniciativa conta a parceria do Inmetro e da Universidade Veiga de Almeida (UVA).       

3ª linha de pesquisa: energia, meio ambiente e ciências do mar

Essa área é focada no desenvolvimento de pesquisas sobre contaminação ambiental e os efeitos na saúde humana.

Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais (LabMAM)

Como um dos principais centros do Brasil voltados para a investigação da origem, destino e efeitos de contaminantes orgânicos no meio ambiente, o laboratório destaca o trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2019 sobre a análise dos peixes do Nordeste, depois do derrame de óleo no mar. O LabMAM também reforça a importância de um potencial desenvolvimento de uma legislação nacional sobre os níveis de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), que garantam a segurança alimentar e disponibilize orientações de comercialização dos pescados depois do derramamento de óleo.

Laboratório de Química Atmosférica (LQA)

As pesquisas destacadas sobre o LQA são sobre a poluição do ar e os problemas para a saúde dos cigarros eletrônicos. O objetivo do laboratório é identificar a presença de Covid-19, Aspergillus (fungos que causam doenças pulmonares) e M. tuberculosis (bactéria causadora da maioria dos casos de tuberculose), em áreas públicas.

Na parte de Desenvolvimento de Métodos de Análises de Contaminantes Orgânicos o Prof. Carlos Massone destaca sua atuação como consultor da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/MAPA). O professor também aponta um estudo sobre os impactos do derramamento de óleo no Nordeste, para os organismos aquáticos, que foi desenvolvido a partir de um edital da CAPES. Além disso, reforça a importância de potenciais desenvolvimentos de métodos de compostos orgânicos e uma necessidade de determinação para o controle de toxinas em cigarros eletrônicos.

4ª linha de pesquisa: métodos analíticos e qualidade metrológica

Essa linha de pesquisa está voltada para o desenvolvimento de métodos análises de amostras de relevância clínico-biológica.

quarta-feira, 5 de maio de 2021
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