NOIS prevê 15 mil casos na capital do Rio em 17 de maio e 930 leitos de UTI necessários na rede pública

O Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS) fez as projeções de casos e leitos de UTI na cidade do Rio de Janeiro até 17 de maio em sua nona Nota Técnica (NT9) “Dimensionamento de demanda por leitos públicos de UTI adulto para os casos da COVID-19 no município do Rio de Janeiro”. O NOIS — formado por profissionais do Departamento de Engenharia Industrial do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da BizCapital — estima que, até 17 de maio, em um cenário pessimista, o número de casos de COVID-19 na capital do RJ chegará a 14.853, sendo necessários até 933 leitos de UTI para atender aos adultos, acima de 19 anos, doentes por coronavírus que serão hospitalizados na rede pública da cidade.

Figura 3: Predição do número de casos da COVID-19 no município do Rio de Janeiro até 17 de maio, nos cenários mediano e pessimista.

Figura 4: Estimativa da demanda de leitos públicos de UTI no município do Rio de Janeiro até 17 de maio, nos cenários mediano e pessimista.

A metodologia do NOIS seguiu quatro etapas e projetou os números nos cenários mediano (mais provável) e pessimista: 1) estimar o tempo de internação dos pacientes com COVID-19 – cerca de 9 dias; 2) estimar o percentual de internação em UTI em hospitais públicos – cerca de 20% sobre os novos casos dia a dia; 3) estimar o total de casos diagnosticados – de 12 a 15 mil, aproximadamente, em 17/05 e 4) determinar a necessidade de leitos de UTI na rede pública do município do Rio de Janeiro de 28/04 a 17/05 – de 337 a 372, em 28/04, e de 612 a 933, em 17/05.

Para chegarem ao tempo de 9 dias como o estimado de permanência na UTI, os pesquisadores do NOIS utilizaram como referência as admissões por influenza e pneumonia (Códigos CID: J09-J18 e J22) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A extração de dados de uma revisão sistemática e meta-análise de 145 estudos (sendo três do Brasil) estimaram uma taxa de admissão em UTI de 20% dos hospitalizados por H1N1 no mundo, corroborando com a estimativa do percentual de pacientes internados em UTI de 19,64% encontrada nesse estudo. Este valor foi aplicado sobre o total de novos casos dia a dia e, desta forma, chegaram ao número de leitos de UTI necessários ao atendimento da população que procura a rede pública de saúde no município do Rio de Janeiro.

Conforme dados de 28/04 do Painel Rio COVID-19, os 358 leitos de UTI da rede pública da cidade do Rio de Janeiro já estão 100% ocupados. Na rede estadual, há uma fila de 326 doentes confirmados ou com suspeita de COVID-19. O estudo do NOIS confirma que torna-se urgente o funcionamento dos hospitais de campanha, com a oferta de 510 leitos de UTI. Ainda que este número ainda não seja suficiente para atender à necessidade projetada para o período, esta é a única forma de minimizar os efeitos da pandemia entre os doentes mais graves.

Mais informações em https://sites.google.com/view/nois-pucrio e no Twitter do NOIS: https://twitter.com/NOIS_PUCRio.

quarta-feira, 29 de abril de 2020
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