Irmãos e ex-alunos do CTC/PUC-Rio conquistam dez medalhas de Natação no Parapan 2019

Os irmãos Thomaz e Douglas Matera, ex-alunos de Engenharia de Produção e Civil do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), respectivamente, representaram o Brasil nos Jogos Pan-americanos Paralímpicos de Lima, no Peru, o Parapan 2019, encerrado ontem, 01/09, e voltaram com dez medalhas na natação: quatro de ouro e seis de prata. Ambos têm Retinose Pigmentar, uma deficiência visual, herdada do avô materno, que implica na perda de visão à medida em que se envelhece. Por isso, Douglas, de 26 anos, compete na classe S13, para quem tem uma taxa moderada de deficiência, e Thomaz, de 30, está na S12, que reúne os que têm um menor campo de visão. Thomaz foi ouro nos 50m livre e prata nas provas de 100m costas, 100m borboleta e 100m livre. Para Douglas, este Parapan 2019 marca seus melhores resultados na piscina, com seis medalhas: ouro nos 100m costas, 100m borboleta e 400m livre, além das pratas nos 50m livre, 100m livre e 200m medley. Nos 100m borboletas, as classes S12 e S13 competiram juntas e isso rendeu a dobradinha dos irmãos no pódio (Douglas no ouro e Thomaz na prata), com ambos quebrando o recorde dos jogos Parapan. As medalhas dos irmãos Matera completam as 127 brasileiras na natação do Parapan 2019. Em toda a competição, o Brasil chegou a 308 medalhas, um recorde entre as competições paralímpicas.

Os dois começaram a nadar ainda na infância, nas categorias convencionais e, com pouco mais de 20 anos, ambos passaram a competir nas equipes paraolímpicas em função da limitação visual e, hoje, ambos também competem pelo clube Vasco da Gama. Mesmo formado em Engenharia de Produção, Thomaz optou por seguir a carreira de nadador, é um dos beneficiados pelo Programa Bolsa Atleta da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania e treina cerca de 2h30 por dia, além das 5h semanais em academia. Sua dedicação se reflete nas cerca de 45 medalhas já conquistadas e os títulos de campeão mundial nos 100m borboleta e 100m livre em 2017, terceiro mundial nos 100m livre e recordista brasileiro nos 100m livre, sempre na categoria S12. Douglas, seu irmão caçula, já soma cerca de 30 medalhas e concilia a natação com o trabalho em uma empresa de tecnologia na área de varejo e vendas. “Eu parei de nadar na natação convencional em 2009 por conta dos estudos. Mas, em 2016, já formado, meu irmão me incentivou a voltar a competir. Aos poucos, fui entrando em um ritmo maior de treinos, e hoje é um norte na minha vida. Mesmo com a perda da visão, é algo em que posso ser competitivo e sempre melhorar”, revela Douglas Matera. Seu irmão reforça: “Natação é o meu ofício, é a minha profissão. Na concentração da seleção, é um grupo muito saudável e amistoso, e isso me faz muito bem. O esporte é tudo o que eu tenho hoje e devo muito à natação.”

As próximas provas serão em outubro, no campeonato brasileiro de natação. E, claro, a expectativa maior é para as Paralimpíadas de 2020, em Tóquio, no Japão, cujas seletivas irão acontecer em março e abril do ano que vem.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019
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