Pesquisa da Google confirma que inteligência artificial acelera a criação de microchips

Uma pesquisa da Google, publicada na revista científica britânica Nature, indicou que um sistema de inteligência artificial já é capaz de projetar microchips mais rápido e melhor do que aqueles esboçados pelos humanos. De certa forma, a novidade pode parecer alarmante para o futuro de profissionais cientistas, mas ainda há muito a ser estudado para que tudo seja realmente feito por uma IA.  

O Prof. Jônatas Wehrmann, do Departamento de Informática do CTC/PUC-Rio, explicou que, nesse caso, a Inteligência Artificial (IA) ajudou a organizar as peças e a construir layouts que provavelmente vão auxiliar no design de apenas um pedaço do processo. “Ainda está muito longe de um sistema automático desenvolver todas as etapas para criar seus próprios chips.” 

O processo para criar microchips é complexo por ter milhares de componentes e subcomponentes, como um quebra-cabeça, mas ainda há muitas partes que precisam ser automatizadas. Nesse caso, os computadores realmente conseguem simular e realizar testes mais rápidos que os humanos, que levariam meses para planejar os chips de forma manual.  

A técnica conhecida como Deep Reinforcement Learning (Aprendizado por Reforço Profundo, em tradução livre) ensina a máquina a tomar decisões por tentativa e erro, além de pensar em uma espécie de recompensa para a IA em relação aos melhores caminhos encontrados para o desenvolvimento do chip. 

O Prof. Wehrmann ressalta que essa tecnologia também revolucionou o setor de jogos, como o xadrez, em que uma IA consegue obter, em poucas horas, um desempenho similar à de um bom jogador. Portanto, ele vê essa evolução na criação dos chips com bons olhos. “Além de automatizar uma parte bastante complicada e manual dos processos, o que esses sistemas aprendem geram conhecimento e novidades para nós, que vamos poder focar em outras partes mais criativas do processo”. 

quarta-feira, 21 de julho de 2021
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