Departamento de Química do CTC/PUC-Rio forma a mais jovem doutora do Brasil

Daphne Schneider Cukierman, de 26 anos, é a recordista entre as mulheres de todo país, segundo o Rank Brasil, com estudo que trata da doença de Parkinson  

 

A aluna do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) Daphne Schneider Cukierman, de 26 anos, defendeu sua tese de doutorado em fevereiro deste ano e, com isso, conquistou mais um título: tornou-se a mais jovem doutora do país, segundo o site Rank Brasil. Graças a seu desempenho acadêmico, Daphne pôde seguir da graduação direto para o doutorado ao passar em primeiro lugar no processo seletivo. Sua pesquisa na pós-graduação, sob a orientação do Prof. Nicolás A. Rey, teve como assunto principal a  doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas, preparando, avaliando e aperfeiçoando substâncias que podem vir a ser importantes no tratamento dessas patologias.  

"Espero que esse prêmio seja um estímulo às novas pesquisadoras de todo Brasil. Quero mostrar que, sim, é possível seguir uma carreira científica e acadêmica, com sucesso, realização e reconhecimento. Recebi esse estímulo do meu orientador, que viu em mim um potencial para essa área. Estímulo importante, que me fez mudar de curso e apostar no que eu realmente gosto de fazer", reforça a jovem recordista. A trajetória de Daphne Cukierman se iniciou quando ela ainda era aluna de iniciação científica. Sua passagem pelo Laboratório de Síntese Orgânica e Química de Coordenação Aplicada a Sistemas Biológicos (LABSO-Bio) a fez vencer em 2015 o prêmio Destaque em Iniciação Científica do CTC/PUC-Rio e ela acabou migrando da Engenharia Química para a graduação em Química. "Rapidamente, ela fez do laboratório o seu segundo lar, ficando horas a fio trabalhando e aprendendo sobre síntese orgânica, espectroscopia, Química de Coordenação e ensaios biológicos. Daphne fez um pouco de tudo, todo projeto interessava a ela e assim foi crescendo como pesquisadora", revela seu orientador.   

Em sua pós-graduação, Daphne fez o chamado doutorado sanduíche, quando parte dos estudos se dá no exterior. Ela teve a oportunidade de passar um período de dez meses, entre 2018 e 2019, no renomado Laboratório de Neurodegeneração Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade Georg-August de Göttingen, na Alemanha, onde ganhou experiência no trabalho com modelos celulares de doenças neurodegenerativas. Antes disso, em 2015, Daphne já havia trabalhado no Laboratório Max Planck de Biologia Estrutural, Química e Biofísica Molecular de Rosario, na Argentina. Toda essa experiência levou à defesa do estudo "Otimização físico-química e estudos de Relação Estrutura-Atividade de N-acilidrazonas derivadas de aldeídos: aperfeiçoamento de quelantes moderados como uma estratégia contra agregopatias exacerbadas por metais".  

Daphne Cukierman acumula reconhecimento por sua entrega à pesquisa, com diversos artigos científicos publicados em revistas importantes da área, como Journal of Inorganic Biochemistry, Journal of Biological Inorganic Chemistry, Metallomics e Dalton Transactions. Em 2016, colaborou em um artigo de revisão que foi capa da revista Química Nova, a mais importante na área em língua portuguesa. E ainda venceu prêmios de melhor pôster em 2017, no 18th International Conference on Biological Inorganic Chemistry, e em 2019, no XVII Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química (SBQ-RJ).   

"Como orientador, só tenho coisas boas para falar a respeito dela. Menina corajosa, batalhadora, que soube aproveitar cada uma das oportunidades no laboratório. Nos últimos tempos, sendo a estudante mais experiente do grupo, chegou a tornar-se "lab manager", me ajudando muito com os aspectos administrativos do LABSO-Bio. Agora, a Daphne é do mundo e, principalmente, do Brasil: a doutora mais jovem do país. Desejo a ela todo o sucesso", ressalta o professor Nicolás A. Rey.  

A coordenadora do programa de pós-graduação do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio, Profª Adriana Gioda, reforça: "Daphne, além de nova, tem uma produção acima da média: durante o doutorado publicou quatro artigos como primeira autora e ainda foi co-inventora de tecnologia protegida pela PUC-Rio através de um depósito de pedido de patente. É uma realização para o departamento ter contribuído para que ela chegasse aonde chegou."  

quinta-feira, 1 de abril de 2021
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